Ações Prioritárias para a Integração de Género na Gestão de Riscos de Desastres e na Prevenção e Resposta a Surtos e Epidemias na Guiné-Bissau | Policy Brief
Government of Guinea Bissau, African Risk Capacity, 13 p., 2024.
Desastres, surtos de doenças e epidemias não são experimentados de forma uniforme por todos os membros na sociedade. A vulnerabilidade e a exposição a desastres e epidemias são determinadas pelas diferenças nos papéis e responsabilidades sociais de mulheres e homens e o sexo feminino é afetado numa forma desproporcional. Relativamente as mulheres e meninas, a expectativa de que cumpram os seus papéis e responsabilidades enquanto prestadoras de cuidados às suas famílias impõe-lhes trabalhos e deveres adicionais durante e depois de desastres, surtos de doenças e epidemias.
A fraqueza verificada nas estruturas de gestão de desastres e epidemias na Guiné-Bissau se deve em parte à fraca integração da perspetiva de género nas políticas, estratégias, planos e programas, ou seja, a falta de abordar as diferencias de género relativamente a vulnerabilidade, impactos de desastres e epidemias, estratégias para os enfrentar e medidas de respostas as emergências.
Apoiar mecanismos de financiamento do risco de desastres e epidemias com perspetiva de integração de género
Procurar formas de financiamento do risco de desastres e da resposta a emergências sanitárias que promovem a inclusão das mulheres e a igualdade do género na base de uma avaliação das necessidades e preferências das mulheres e raparigas para adaptar e direcionar produtos financeiros que atendam a estas condições especificas de género ;
- Conceber programas e plataformas de financiamento específicos, centrados na melhoria dos meios de subsistência e da resiliência de mulheres e homens vulneráveis ;
- Incorporar uma gama completa de produtos financeiros, incluindo crédito acessível a longo prazo para investimento, uma vez que o acesso das mulheres aos serviços financeiros (bancos) na Guiné-Bissau ainda é baixo e quase inexistente nas zonas rurais em que muitas vezes as mulheres são a maioria das pessoas vulneráveis e pobres ;
- Elaborar junto aos parceiros uma caixa de ferramentas de financiamento (financing toolbox) que pré-classifica os desastres, os seus níveis de impacto em homens e mulheres e atribui antecipadamente ferramentas de financiamento e fontes de financiamento a esses desastres ;
- Assegurar mecanismo de ativação e mobilização de fundos para uma utilização imediata durante as emergências, criação de fundos de emergência com os parceiros e várias instituições nacionais ;
- Disponibilizar uma maior proporção de recursos diretamente às organizações de mulheres de base para apoiar as mulheres como agentes de mudança ;
- Incluir um orçamento específico para garantir a igualdade de género nas ações de emergência ou uma percentagem do fundo fixo dirigido a projetos inclusivos (jovens, mulheres) ;
- Aumentar e acompanhar a utilização e o impacto de recursos específicos (incluindo financiamento misto) destinados a promover o empoderamento das mulheres na gestão de riscos de desastres e surtos e epidemias.